O mercado imobiliário é uma das indústrias mais importantes na economia global sendo influenciado por uma série de fatores que podem incentivar o seu crescimento ou desaceleração. O setor de construção civil, segundo dados do Novo Caged (2023), saiu de 2,3 milhões em março de 2022 para 2,5 milhões no mesmo período em 2023, representando 5,8% dos empregos formais e mostrando um setor aquecido e em crescente desenvolvimento. Segundo dados do IBGE (2023), de 2019 até 2022 o PIB nacional saltou de R$ 7,3 trilhões em 2019 para R$ 9,9 trilhões em 2022. Com o fim das medidas restritivas causadas pela COVID-19, a indústria da construção civil cresceu, as vendas do comércio se expandiram e a geração de emprego e renda registrou altas, além de números recordes no setor imobiliário do Brasil.
Segundo Teixeira e Carvalho (2003), esse setor tem forte influência na multiplicação e geração de valor a partir de suas atividades. A casa própria é um dos bens mais valiosos que uma pessoa pode adquirir em sua vida, pode trazer uma sensação de estabilidade e segurança, permitindo que as pessoas criem raízes em suas comunidades e se envolvam mais profundamente em suas vidas sociais e profissionais. De acordo com Celso Petrucci (2011), a moradia é apontada como o item de maior importância pelas pessoas, em todas as classes sociais. Essa mesma importância também é percebida pelas instituições governamentais na qual cria incentivos pela moradia como o Plano Nacional de Habitação, Programa Casa Verde e Amarela e a modalidade Moradia Própria do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) que permite o saque do valor arrecadado pelo contribuinte na aquisição ou construção de imóveis residenciais.
A COVID-19 em 2020 foi um forte fator de desaceleração na economia e isso impacta diretamente nas taxas de juros, que estimulam o consumo. Segundo dados do Banco Central, em 2020 a taxa Selic atingiu 2%, o menor patamar histórico, o que influenciou também nas taxas de juros para crédito, sendo o ano de 2021 o melhor no setor imobiliário devido ao custo do financiamento estar no menor patamar da história. Também afirma o presidente da ABECIP, José Rocha (2022): “O crédito imobiliário mostrou sucessivos recordes em 2020 e em 2021. O ritmo de crescimento foi muito forte, retratando a demanda por imóveis novos e usados e a oferta expressiva de recursos por parte dos agentes financeiros do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)”.
O mercado imobiliário tem uma história de mudança e evolução, impulsionada por avanços tecnológicos, mudanças sociais e econômicas, e uma crescente demanda por moradia e investimentos imobiliários. A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), que atua no segmento de imóveis novos, ou lançamentos como também é denominado, registrou no ano de 2022 a maior alta desde o início de suas pesquisas. “As vendas de novos imóveis registraram uma alta de 9,2% em 2022, quando comparado ao período anterior. Ao todo, 156.730 novas unidades foram comercializadas nos 12 meses do ano passado, o maior volume da série histórica do levantamento, iniciada em 2014. O estudo é realizado com 18 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE)”.
Na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, os números não poderiam ser diferentes. De acordo com o IBGE (2021), a população da capital mais do que dobrou em 30 anos, saindo de 236 mil em 1989 para aproximadamente 500 mil habitantes em 2019. O site Tourist Maker (2020) elegeu a cidade de Florianópolis no ano de 2020 como a melhor cidade para se viver no Brasil, elencando os principais pontos que trazem a cidade para o topo do ranking. O site também divulga que a cidade está entre as 20 melhores do mundo para se investir em imóveis tanto por sua beleza quanto pela segurança e tranquilidade. De acordo com o índice FipeZap (2023), índice que acompanha a variação do preço médio de apartamentos prontos em 50 cidades brasileiras, com base em anúncios veiculados na Internet, Florianópolis, nos 12 meses de 2021 teve uma variação positiva de 15,74% no preço médio da venda de imóveis, enquanto a média nacional foi de 5,29%.
Os fatores que impulsionam esse aumento são, por exemplo, o aumento do trabalho remoto como um grande influenciador, principalmente pelo setor da tecnologia, permitindo a migração de trabalhadores para a capital, além também de Florianópolis ser um polo tecnológico no país, que atrai profissionais do setor. Outros fatores como segurança e turismo também são relevantes na tomada de decisão para quem deseja trocar de cidade.
Entender as variáveis de aumento de preços permite facilitar a tomada de decisões não somente para quem atua diretamente no setor, mas também para quem esteja buscando investimento ou uma vida nova em outra cidade.